Vou Dar de Beber À Dor - Amália Rodrigues

Vou Dar de Beber À Dor - Amália Rodrigues

  • Альбом: Vou Dar De Beber À Dor

  • Izlaiduma gads: 1992
  • Valoda: Portugāļu
  • Ilgums: 2:30

Zemāk ir dziesmas vārdi Vou Dar de Beber À Dor , izpildītājs - Amália Rodrigues ar tulkojumu

Dziesmas vārdi " Vou Dar de Beber À Dor "

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Vou Dar de Beber À Dor

Amália Rodrigues

Foi no Domingo passado que passei

À casa onde vivia a Mariquinhas

Mas está tudo tão mudado

Que não vi em nenhum lado

As tais janelas que tinham tabuinhas

Do rés-do-chão ao telhado

Não vi nada, nada, nada

Que pudesse recordar-me a Mariquinhas

E há um vidro pegado e azulado

Onde via as tabuinhas

Entrei e onde era a sala agora está

A secretária e um sujeito que é lingrinhas

Mas não vi colchas com barra

Nem viola nem guitarra

Nem espreitadelas furtivas das vizinhas

O tempo cravou a garra

Na alma daquela casa

Onde às vezes petiscávamos sardinhas

Quando em noites de guitarra e de farra

Estava alegre a Mariquinhas

As janelas tão garridas que ficavam

Com cortinados de chita às pintinhas

Perderam de todo a graça porque é hoje uma vidraça

Com cercaduras de lata às voltinhas

E lá pra dentro quem passa

Hoje é pra ir aos penhores

Entregar o usurário, umas coisinhas

Pois chega a esta desgraça toda a graça

Da casa da Mariquinhas

Pra terem feito da casa o que fizeram

Melhor fora que a mandassem prás alminhas

Pois ser casa de penhor

O que foi viveiro de amor

É ideia que não cabe cá nas minhas

Recordações de calor

E das saudades o gosto eu vou procurar esquecer

Numas ginjinhas

Pois dar de beber à dor é o melhor

Já dizia a Mariquinhas

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